No passado, o Brasil chegou a ter nove bolsas de valores, mas atualmente a principal Bolsa de Valores é a BM&FBovespa, fusão entre a Bovespa Holding e a BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros). Juntas, elas formam a terceira maior bolsa do mundo em valor de mercado, a segunda das Américas e a líder no continente latino-americano, e são responsáveis por administrar os mercados de Bolsa e de Balcão Organizado.
Apesar da importância e do tamanho da nova bolsa criada em 2008, não podemos deixar de citar a primeira bolsa de valores brasileira, fundada no Rio de Janeiro em 1848, com a formação da Junta dos Corretores de Fundos Públicos da Corte. Aliás, a vinda da família real para o Brasil foi de extrema importância para o desenvolvimento das bolsas naquela época.
História da Bovespa
A bolsa paulista foi fundada em 23 de agosto de 1890, por Emílio Pestana, mas foi fechada em seu primeiro ano de vida (1891) em decorrência da política de encilhamento aplicada pelo governo.
Quatro anos mais tarde, em 1895, a bolsa foi reaberta com o nome de Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. Nessa época, as bolsas de valores brasileiras eram entidades oficiais corporativas, vinculadas às secretarias de finanças dos governos estaduais e compostas por corretores nomeados pelo poder público. Segundo a Bovespa, nesse período as negociações de títulos públicos e de ações eram registradas em enormes quadros-negros e as cotações gravadas a giz.
Em 1934 a bolsa muda para o Palácio do Café e recebe o nome de Bolsa Oficial de Valores de São Paulo. As negociações eram feitas em um balcão central, em torno do qual se reuniam os corretores.
Após as reformas do sistema financeiro e do mercado de capitais, implantadas pelo governo no biênio 1965-1966, mais precisamente em 1967 as bolsas assumiram a característica institucional, transformando-se em associações civis sem fins lucrativos. Surge então a figura da sociedade corretora e do operador de pregão, que substituíam a antiga figura do corretor de fundos públicos e a bolsa passa ser chamada de Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa.
Em toda sua história, a Bovespa sempre foi símbolo de pioneirismo e modernidade. A partir de 1970 os negócios da bolsa passam a ser registrados eletronicamente através de cartões perfurados, que substituíam os boletos, e em 1972 os negócios começavam a ser registrados em tempo real, através da implantação do pregão automatizado. No final dessa década, a Bovespa torna-se pioneira na introdução de operações com opções sobre ações no país.
Em 1990 são iniciadas as operações no Sistema de Negociação Eletrônica CATS, em paralelo ao pregão viva-voz.
O ano de 1997 pode ser considerado um marco na história da Bovespa, pois foi quando o sistema Mega Bolsa, plataforma tecnológica altamente avançada de processamento de informações, foi implantado. A bolsa, então, perdia parte do seu charme, mas dava um importante salto rumo ao crescimento e consolidação com o fim do pregão viva-voz e início dos negócios sendo realizados através do Mega Bolsa.
O tão famoso sistema Home Broker foi lançado em 1999, ano que também pode ser considerado outro marco na história da Bovespa e do mercado de capitais brasileiro. Por ele, o investidor pôde finalmente transmitir suas ordens de compra e venda diretamente ao Mega Bolsa, através da internet. Isso popularizou demais a bolsa de valores e possibilitou a entrada em massa dos pequenos investidores, que puderam começar a operar de casa, bastando ter uma conexão com a internet. Desde então a participação desses investidores tem sido cada vez maior e mais importante, tendência essa que vem se confirmando ano após ano. Foi nesse ano também que surgiu o After-Market, sessão noturna de negociação eletrônica.
Em 2007 a Bovespa deixou de ser uma instituição sem fins lucrativos e se tornou uma sociedade por ações, a Bovespa Holding S/A, que possuía como subsidiárias integrais a Bolsa de Valores de São Paulo e a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). Em 2008 veio a fusão entre Bovespa Holding e BM&F, criando a nova bolsa, ou BM&FBovespa.
História da BM&F
Criada em 26 de outubro de 1917 por empresários paulistas ligados a exportação, ao comércio e a indústria, a Bolsa de Mercadorias de São Paulo foi a primeira no Brasil a introduzir operações a termo e ao longo dos anos se consolidou como referência na negociação de contratos agropecuários, como: café, boi gordo e algodão.
Em janeiro de 1986 são iniciados os pregões da Bolsa Mercantil & de Futuros – BM&F, criada em julho de 1985. Em pouco tempo ela conquista posição de destaque diante das principais bolsas de commodities do mundo, negociando contratos futuros, de opções, a termo e a vista, referenciados em índices de ações, ouro, taxas de juros e taxas de câmbio.
Em 1991 a Bolsa de Mercadorias de São Paulo e a Bolsa Mercantil & de Futuros se unem, aliando a tradição de uma ao dinamismo da outra, e surge a Bolsa de Mercadorias & Futuros, também sob a sigla BM&F.
Em 2002 a BM&F adquire os títulos patrimoniais da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ) e em 2004 é lançado o WebTrading, sistema de negociação de minicontratos derivativos na internet.
Assim como a Bovespa, em 2007 a BM&F deixou de ser uma instituição sem fins lucrativos para se tornar uma sociedade por ações e em 2008 se uniu a Bovespa, na fusão explicada anteriormente.
Fontes e créditos: Portal do Investidor e BM&FBovespa