CDB significa Certificado de Depósito Bancário. Ele é um título privado, bastante popular, emitido pelos bancos e vendido aos clientes para captação de recursos. Em outras palavras, ao emitir um CDB, o banco assume a obrigação de um pagamento futuro pelo dinheiro captado.
Ao comprar um CDB, se empresta dinheiro para que o banco o empreste para outras pessoas ou empresas. Geralmente, os recursos captados pelo banco por meio de CDBs são destinados para o financiamento do capital de giro das companhias.
O comprador de um CDB torna-se credor do banco. Em contrapartida, o banco lhe paga juros, que podem ser pré ou pós-fixados, e são definidos no momento da aplicação, assim como o prazo pelo qual o dinheiro ficará aplicado.
O quanto de juros o banco irá lhe pagar depende de vários fatores, mas o principal deles é a famosa lei da oferta e da demanda. Se o banco estiver precisando captar dinheiro no curto prazo, é provável que aceite lhe pagar uma taxa de juros maior. Caso contrário, é provável que a taxa seja menor.
CDB Pré-Fixado
É aquele onde se sabe a rentabilidade final do investimento no momento da aplicação. Como a taxa de juros é definida no ato da contratação, o investidor já sabe desde o início quanto irá receber no vencimento do título.
Exemplo: Imagine que um banco pague 12% a.a. (ao ano) em um CDB com prazo de vencimento de um ano. Qual seria o valor bruto que o investidor receberia ao final do prazo de aplicação para uma aplicação inicial de R$10.000? Veja o cálculo:
Valor final = 10.000 * (1+(12/100))
Valor final = 10.000 * 1,12
Valor final = 11.200
CDB Pós-Fixado
É aquele que não se sabe a rentabilidade final no momento da aplicação, pois o investidor fica conhecendo apenas o índice que será responsável pela formação dos rendimentos do título, como por exemplo o CDI. O valor total que o investidor irá receber só será conhecido na data de vencimento da aplicação.
Exemplo: Imagine que um banco pague 80% do CDI em um CDB. Qual seria o valor bruto de uma aplicação de R$10.000 após um mês de seu início, se soubermos que o valor do CDI para o mês em questão foi de 0,99%? Acompanhe:
Valor final = 10.000 * (1+(0,0099*0,8))
Valor final = 10.000 * 1,00792
Valor final = 10.079,20
O cálculo para apenas um mês foi feito para simplificar a explicação, mas você pode fazê-lo para quantos períodos quiser, basta conferir qual foi o valor do CDI em determinado mês nos sites dos bancos.
E como decidir entre um CDB Pré-Fixado e um Pós-Fixado?
A resposta é simples, mas exige que o investidor esteja minimamente informado sobre o panorama econômico, pois a mecânica dos investimentos pré e pós-fixados passa, obrigatoriamente, por entender o que pode acontecer com a taxa de juros da economia e também com a inflação, tanto no curto quanto no longo prazo.
Se a taxa de juros da economia (Taxa Selic) estiver em patamares elevados e o cenário econômico demonstrar que provavelmente haverá uma redução na taxa de juros por parte do governo, então, os títulos pré-fixados são interessantes no curto prazo. Isso ocorre, pois ao pré-fixar uma rentabilidade para seus investimentos pelo valor das elevadas taxas vigentes, você garantirá uma vantagem, já que receberá mais juros no futuro do que no caso de um investimento pós-fixado, visto que o cenário na economia é de uma provável queda nos juros.
O raciocínio inverso é verdadeiro para o caso dos títulos pós-fixados. Se um aumento na taxa de juros da economia é esperado, então, provavelmente um investimento pós-fixado será mais interessante para o curto prazo, pois o investidor, ao invés de pré-fixar seu investimento no momento da aplicação, o deixará livre para acompanhar o aumento da taxa de juros.
Esse tipo de raciocínio só é válido para títulos de prazos mais curtos, como é o caso dos CDBs, que dificilmente ultrapassam os 720 ou 1080 dias de aplicação, e por isso permitem uma nova escolha ao final dos vencimentos. Para o longo prazo, a proteção contra a inflação deverá ser sempre levada em consideração, com preferência para os títulos pós-fixados, em virtude do grau de incerteza que circunda esse tema, principalmente no Brasil.
Prazos dos CDBs
Os prazos mais comuns são os com vencimento entre 30 e 1080 dias, geralmente em múltiplos de 30 (um mês).
É importante notar que alguns CDBs possuem prazo pré-definido de aplicação, sendo que o investidor deve esperar a data de vencimento para poder resgatar o dinheiro. Por isso, se liquidez for algo crucial ao escolher seus investimento, dê preferência aos CDBs com liquidez diária, pois permitem o resgate todos os dias de acordo com os horários de cada banco.
Ter um CDB com prazo pré-determinado para resgate não significa que o investidor não conseguirá resgatar seu dinheiro antes do vencimento, mas, caso isso seja necessário, poderá ocorrer perda de rentabilidade, pois o banco utilizará a taxa de juros disponível no mercado no dia do resgate.
Riscos
Os riscos de se aplicar em CDBs são bastante baixos, visto que são considerados investimentos de renda fixa. O maior risco é em relação à solidez do banco que emitiu o título, pois se o banco vier a falir você poderá não receber todo o dinheiro depositado nele.
Isso acontece, pois para CDBs o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garante o ressarcimento das quantias perdidas até o limite de R$70.000 por CPF, desde que a instituição financeira seja associada ao FGC. Mas isso não é problema, pois praticamente todos os bancos de varejo são associados ao FGC.
Tributação
A tributação dos CDBs é bastante simples e segue os mesmos padrões de outras modalidades de renda fixa.
Há incidência regressiva de IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) sobre os rendimentos para resgates antes de 30 dias, indo de 96% para aplicações de 1 dia, até 3% para aplicações de 29 dias. A partir do 30º dia não há mais incidência de IOF.
Também há incidência de imposto de renda na fonte (IRF) sobre os rendimentos conforme a tabela abaixo:
22,50% para até 180 dias (até 6 meses)
20,00% de 181 a 360 dias (entre 6 meses e 1 ano)
17,50% de 361 a 720 dias (entre 1 ano e 2 anos)
15,00% acima de 720 dias (acima de 2 anos)
Exemplo: Imagine que determinado CDB será resgatado após 400 dias de aplicação, sendo que o valor inicial aplicado foi de R$10.000 e o valor bruto final foi de R$11.150. Qual seria o valor líquido resgatado após a incidência de impostos?
Resposta: Como vimos na tabela anterior, 400 dias de aplicação se encaixam na faixa de 17,50% de imposto de renda na fonte sobre os rendimentos. Os rendimentos foram de R$1.150. Sendo assim, devemos extrair 17,50% de imposto desse valor. O resultado final líquido será de R$10.948,75. Veja o cálculo:
Valor final líquido = 11.150 - (1.150 * 0,1750)
Valor final líquido = 11.150 - 201,25
Valor final líquido = 10.948,75
É muito importante planejar seus investimentos de acordo com a incidência dos tributos, procurando sempre pagar o mínimo possível de impostos.
Dicas
Manter-se informado sobre o funcionamento desse tipo de aplicação é importante para poder negociar uma boa taxa com seu gerente. É muito comum encontrar pessoas que acreditam ter feito bons negócios ao conseguir taxas de 80% do CDI, quando na verdade esse tipo de taxa oferece uma rentabilidade bastante baixa. Por se tratar de uma taxa bruta, deve-se ainda descontar o valor dos impostos. Muitas vezes esses tipo de aplicação perde para o rendimento da poupança, que é isento de imposto de renda.
Além disso, é possível conseguir uma taxa muito próxima dos 100% do CDI aplicando diretamente em títulos da dívida pública federal (LFTs) por meio do programa Tesouro Direto, também com baixíssimo risco.
A remuneração dos CDBs varia de acordo com o montante a ser aplicado. Por isso, para valores menores é pouco provável que se consiga uma taxa interessante. Portanto, se esse for o seu caso, faça as contas para ver que tipo de investimento vale mais a pena. Se tiver disponível um montante mais elevado, lembre-se de tentar chegar o mais próximo dos 100% do CDI, ou até acima desse valor na negociação com seu gerente.
E lembre-se, não deixe de comentar abaixo as taxas conseguidas com seu banco para ajudar os outros usuários. Bons negócios!