Este é um conceito que gera bastante polêmica e provavelmente você não irá encontrar nada definitivo a respeito, pois existem diferentes vertentes de estudiosos e profissionais de mercado que o encaram de maneiras bastante distintas.
De modo geral, podemos dizer que governança corporativa é um conjunto de práticas, regras, costumes, leis, políticas e regulamentos que tem como finalidade regular o modo como uma empresa é administrada e controlada, favorecendo os interesses mútuos de acionistas controladores, acionistas minoritários, administradores, funcionários e fornecedores.
Parece algo complexo, e na verdade é, mas para um melhor entendimento, podemos considerar que são as práticas que fazem com que a empresa siga certas normas e seja transparente com seus funcionários e acionistas. Em outras palavras, é o que dá certa tranqüilidade aos profissionais envolvidos com a companhia, de que sua administração segue algumas regras para que tudo não vire uma “bagunça”. Não significa que o simples fato de seguir essas práticas torne a empresa eficiente, mas é um passo importante rumo à sua consolidação.
Como funciona na prática?
Para o investidor pessoa física chega a ser difícil absorver esses temas e deles extrair algo que possa fazer diferença na prática, mas não é algo tão complicado assim.
As boas práticas de governança corporativa vão desde como a empresa encara suas finanças, passando pelo respeito ao acionista minoritário e podendo chegar até ao seu comprometimento com responsabilidade social e sustentabilidade empresarial.
Uma boa maneira de se informar sobre as práticas de governança corporativa das empresas em que você investe é saber em qual mercado disponível na BM&FBovespa elas estão listadas. Os segmentos de listagens disponíveis são: Novo Mercado, Nível 2, Nível 1 e Bovespa Mais. Para saber mais sobre os segmentos consulte o artigo
"Os mercados: Novo Mercado, Nível 2, Nível 1, etc."
Cada mercado tem suas normas específicas, mas veja um exemplo de suas diferenças:
Uma das exigências para que uma empresa seja listada no Novo Mercado é a de que seu capital social seja composto somente por ações ordinárias, exigência essa que não faz parte dos outros mercados.
Outro exemplo é a extensão do
tag along aos acionistas. No caso do Novo Mercado, os direitos são estendidos para todos os acionistas, nas mesmas condições obtidas pelos controladores, em caso de venda do controle da companhia. Já no Nível 2, os direitos dos controladores são estendidos à todos os detentores de ações ordinárias e são de, no mínimo, 80% para os detentores de ações preferenciais.
Esses são apenas alguns exemplos de práticas de governança corporativa. É recomendável que você procure nos sites das companhias (ou nos departamentos de relação com investidores) as áreas que tratam especificamente desses assuntos.
Tenha em mente que este conceito passa obrigatoriamente pela maximização de valor para os acionistas, sejam controladores ou minoritários. Para isso, é importante que os princípios das práticas de governança pelas empresas estejam fundamentados em pilares como: transparência, igualdade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.
No final, é você quem escolhe em quais empresas investir. Mas saber que uma determinada companhia oferece os mesmos direitos dos acionistas controladores também aos acionistas minoritários, pode ser um diferencial na hora da escolha. Bons negócios!
Fonte: BM&FBovespa